segunda-feira, 16 de junho de 2014

O Atentado (David Baldacci)

Quando a assassina profissional Jessica Reel mata o seu controlador, em vez do alvo que lhe tinha sido atribuído, torna-se também ela um alvo a abater. Tudo indica que Reel se tenha tornado numa traidora e, para a deter, apenas o melhor serve. É por isso que Will Robie é encarregado de a encontrar e eliminar. Mas, à medida que segue os passos do seu alvo, Robie descobre que partes da história ficaram por contar e que as acções de Reel podem ser a única forma de evitar uma perigosa conspiração. Mais uma vez, Will Robie terá de escolher entre as ordens e o seu próprio sentido de moralidade, sabendo que as consequências de pensar pela sua própria cabeça podem ser-lhe fatais.
Apesar de ter o mesmo protagonista de Os Inocentes e de surgirem algumas referências a acontecimentos deste livro, é perfeitamente possível ler este segundo livro sem qualquer conhecimento do anterior. Ainda assim, a história anterior de Robie é parte do que o define e conhecer-lhe o passado torna mais cativante esta história. Além disso, os pontos fortes deste livro são, em grande medida, comuns ao anterior.
Desde logo, a já familiar escrita directa, com capítulos curtos e um ritmo em que é a acção a dominar contribuem em muito para fazer deste livro uma leitura compulsiva. Além disso, são também expectáveis umas quantas reviravoltas e uma evolução no enredo em que, a cada nova revelação, surge a certeza de que nada é o que parece. 
Neste aspecto, também o desenvolvimento das personagens funciona a favor da envolvência do enredo. Para quem leu Os Inocentes, Robie é já uma figura conhecida e surge aqui igual a si próprio, familiar em muitos aspectos, mas sem que, por isso, as suas escolhas e acções deixem de ser menos cativantes. Mas há também um desenvolvimento interessante. É que, além de algumas personagens que, já conhecidas, introduzem com a sua presença discreta um toque de empatia e, num caso em particular, de vulnerabilidade, há muito de cativante nas novas personagens, com especial ênfase, é claro, em Jessica Reel. Com tudo o que a define, quer no passado que a moldou, quer nas razões por detrás da acção, Reel é uma mulher forte e carismática e, por isso, uma personagem marcante por si só. Além disso, cria-se uma certa impressão de complementaridade entre as naturezas de Robie e Reel, o que, tendo em conta as circunstâncias em que se encontram, acaba por resultar particularmente bem.
Com um ritmo viciante, personagens fortes e uma história repleta de acção e intriga, este é, portanto, um livro que corresponde inteiramente às expectativas. Intenso, surpreendente e de leitura compulsiva... Muito bom.

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