Depois da aventura que viveu com Leonardo, e do sofrimento que lhe causou, Elena seguiu em frente. Agora em Roma, concentrada num novo trabalho, está determinada a viver em harmonia com Filippo, o amigo de sempre e o homem que ama. Mas basta um sinal, um reencontro na noite do seu aniversário, e todo o seu controlo quebra. Mais uma vez, Elena vê-se puxada para Leonardo, apesar dos seus melhores esforços para lhe resistir. E quando, mais uma vez, o desejo ameaça tornar-se em algo mais forte, eis que um segredo bem guardado vê a luz do dia... para perturbar tudo, mais uma vez.
Dando continuidade à história do volume anterior e com uma história em que a aproximação dos protagonistas insinua já uma possível separação, é difícil não ficar com a sensação de que este segundo volume surge, essencialmente, para abrir caminho para acontecimentos ainda por contar. Grande parte do enredo deste livro vive das tentativas de Elena de decidir o que quer e de tentar resistir à cada vez maior insistência de Leonardo. E, por isso, não é propriamente surpreendente o rumo que as coisas tomam.
Apesar de não ser propriamente uma história surpreendente, proporciona, apesar disso, uma leitura cativante. E isto deve-se essencialmente a dois aspectos. Primeiro, a escrita simples, sem grandes elaborações, mas envolvente e fluída, cria para a narrativa um tom agradável, que mantém a vontade de ler mais. E, segundo, para além dos protagonistas, há algumas personagens secundárias - algumas já conhecidas, outras não - a interferir, acrescentando novos e interessantes elementos à história.
No meio de tudo isto, o ponto fraco acaba por estar em certos aspectos da relação entre os protagonistas. Leonardo surge como uma personalidade autoritária e, ainda que as revelações finais contribuam para redimir um pouco a sua posição, fica a impressão de que cruza demasiados limites ao revelar-se incapaz de aceitar as decisões de Elena. Por outro lado, da parte de Elena há uma evolução interessante a nível de interacção com os amigos, mas, no que diz respeito ao romance, a sua perpétua indecisão torna-se, por vezes, difícil de compreender.
Muito fica em aberto, por isso, para o volume final desta trilogia, e tudo depende da evolução que a autora construirá para as suas personagens. Deste Sinto-te, fica a impressão de funcionar como uma fase de transição, com alguns aspectos um pouco forçados, mas que deixa, apesar disso, a curiosidade em descobrir de que forma tudo terminará.
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