Como compete a todas as boas estalagens inglesas, situadas nas antigas rotas das carruagens, a Pousada do Homem Verde, no Hertfordshire, pode gabar-se de ter um fantasma residente, embora reformado. Trata-se do Dr.Thomas Underhill, um notório praticante de magia negra e de perversões sexuais do século XVII, o qual, segundo consta, terá assassinado a mulher.
O proprietário da estalagem, Maurice Allington (narrador e protagonista do romance, que nos faz lembrar o memorável Basil de Faulty Towers), é a única testemunha do renascimento do sinistro Underhill. Movido pela curiosidade e pelo desejo extremo de demonstrar a sua sanidade mental, Maurice descobre a chave dos satânicos segredos de Underhill. Mas, entretanto, vive obcecado pela morte e pelo declínio físico, bebe desalmadamente e começa a perder o controlo de tudo: da sua relação com a mulher, da filha adolescente, dos seus empregados e, sobretudo, do seu destrambelhado apetite sexual que o faz atirar-se para uma ligação adúltera com uma amiga do casal, relação essa também a caminho do descontrolo.
O Homem Verde é uma hilariante história de fantasmas e comédia sexual que(entre outras coisas) nos mostra que a única maneira de resistir a uma vida cinzenta é sermos loucos e imaginativos.
Kingsley Amis (Londres, 1922-1995) foi romancista, poeta, crítico e professor. Militou no Partido Comunista e participou na Segunda Guerra Mundial.
Pai de Martin Amis, é um dos grandes escritores ingleses do pós-guerra, surgidos do seio dos Angry Young Men – Jovens Revoltados. Foi galardoado com os prémios Somerset Maugham e Booker nos anos 1955 e 1986, respectivamente, e foi investido cavaleiro em 1990. Esquerdista enquanto jovem, Kingsley Amis foi-se aproximando gradualmente de um conservadorismo crítico dos costumes contemporâneos.
Depois de A Sorte de Jim, Gosto Disto Aqui e Os Velhos Diabos, a Quetzal dá continuidade à publicação das obras de Kingsley Amis com o romance O Homem Verde.
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