Que pensamentos vivem na cabeça das raparigas adolescentes por esse mundo fora? Que preocupações têm? E qual é o ponto comum a todas as situações, aos pequenos e grandes dilemas de cada monólogo? Neste livro, Eve Ensler entra no pensamento de raparigas de diferentes meios e nacionalidades, dando voz ao que as preocupa e expressando o que é, no fim de contas, uma necessidade universal: a liberdade de sentir e de viver esse sentimento.
A adolescência é uma fase complexa e, cada vez mais, os dilemas desta fase de vida têm vindo a ganhar visibilidade. Ainda assim, o facto é que, muitas vezes, quem os atravessa tem a necessidade de esconder. E isto aplica-se tanto às pequenas dúvidas da vida normal como às grandes dificuldades de quem vive em condições precárias. Em textos curtos, sem grandes complexidades de escrita, mas fortes a nível de mensagem, o que a autora apresenta é, acima de tudo, uma visão precisa dos sentimentos, das dúvidas, do isolamento que se sente numa fase de crescimento em que, por vezes, parece que tudo o que não seja directamente racional deve ser suprimido.
É um livro bastante simples. Todos os textos se caracterizam pela simplicidade, por uma certa brevidade e por um foco na mensagem, mais que na forma como esta é transmitida. Fica, portanto, a ideia de que algumas das situações poderiam, talvez, ter sido mais exploradas. Apesar disso, o essencial está lá e, para os que estão na fase de adolescência, ou para quem tem memórias marcantes dessa época, há sempre alguns textos que apresentam algo familiar.
Trata-se, em suma, de uma leitura breve, sem grandes elaborações a nível de construção do texto, mas forte a nível de sentimentos e de mensagem a transmitir. Um livro simples, mas interessante. Gostei de ler.
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