A presença do assassino Hazmat à solta na cidade de Nova Iorque divide opiniões. Há aqueles que o acham um herói, pelo facto de escolher como vítimas criminosos que escaparam à justiça. Mas há também quem o ache um inconveniente político, principalmente tendo em conta que a mais recente vítima é a directora de campanha da principal rival do Presidente da Câmara e que faltam poucos dias para as eleições. Assim, e como não podia deixar de ser, a elite é chamada para resolver o caso. E a elite significa os detectives Zach Jordan e Kylie MacDonald. Mas, como se o caso não fosse complicado o suficiente, há questões pessoais a interferir com a concentração de Kylie. E, quanto à investigação, as respostas podem vir de onde menos se espera... e demasiado tarde.
Segundo volume de mais uma série policial de James Patterson, este é, mais uma vez, um livro com muitos pontos em comum, quer com o anterior desta série, quer com outros livros do autor. Pontos em comum que sobressaem, em primeiro lugar, na escrita. Capítulos curtos, uma forma directa de narrar as coisas, sem grandes elaborações e com a descrição a surgir na medida em que é necessária à acção, juntam-se a um enredo em que há sempre algo a acontecer e em que surpresas e revelações vão intercalando com pequenos momentos mais pessoais, um toque de humor e uns quantos episódios de tensão. O resultado é, como não podia deixar de ser, uma leitura viciante.
Mas passando ao que sobressai neste livro em particular. Desde logo, as características do caso, com um assassino em série que ataca criminosos, levantam questões quanto ao que é justo ou não e até que ponto a ideia de justiça pelas próprias mãos é aceitada ou mesmo aprovada pela sociedade. Além disso, ao seguir as origens do assassino, ainda que de forma breve, as motivações tornam-se mais claras, o que contribui em muito para tornar mais relevante a questão do que é correcto. Aqui, é de realçar a já habitual oscilação entre a perspectiva dos detectives e a do assassino, que permite um conhecimento mais claro de ambos os lados da situação.
Ainda sobre o caso, sobressaem algumas peculiaridades no método, que contribuem para tornar as coisas mais interessantes, mas principalmente o percurso, de pista em pista, até chegar à descoberta final. E, quanto ao final, pode não ser propriamente imprevisível na revelação do culpado, já que as pistas estavam lá desde o início, mas a forma como tudo se completa tem o seu toque de inesperado e culmina num momento particularmente intenso.
Quanto à história dos protagonistas para lá do caso, continua a haver bastante potencial para desenvolver, quer no passado, quer nas possibilidades de futuro. Mas há pequenos momentos, mais ou menos peculiares, que, além de servirem para reforçar a proximidade, despertam muita curiosidade para essas muitas possibilidades. Fica, pois, a vontade de saber se algo mais se seguirá.
Do conjunto de tudo isto, resulta uma história envolvente, de ritmo viciante e com um caso que, cheio de revelações e de momentos intensos, se revela um desafio à altura para os protagonistas de mais este mistério. Uma boa leitura, portanto.
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