O Evangelho de Sangue foi encontrado. Mas o que parecia ser o derradeiro objectivo é afinal apenas o início de uma demanda maior. Agora, Rhun Korza está desaparecido. Há dúvidas sobre a identidade da Mulher Sábia. Cadáveres começam a surgir na cidade de Roma e, inesperadamente, Erin Granger, que parece ter sido afastada de todo o mistério, é atacada por um blasphemare. É preciso que a trindade da profecia volte a reunir-se e retome a sua missão, indo em busca do Primeiro Anjo. Mas os problemas nessa demanda não são poucos, pois, além de não haver certezas sobre a identidade do Primeiro Anjo, há nas sombras um inimigo poderoso - à espera de desencadear o fim dos tempos.
Dando continuidade aos acontecimentos do volume anterior, e expandindo-os numa intriga cada vez mais complexa de traições e mistérios, uma das primeiras coisas a sobressair neste livro é a notável evolução em termos de impacto. Talvez por as personagens já serem familiares, mas também pela maior intensidade dos picos emocionais ao longo do enredo, este é um livro que junta à envolvência do mistério e a tensão de um perigo constante um cada vez mais impacto emocional no que diz respeito ao que acontece às personagens. E é isso que faz com que, depois de um início promissor com O Evangelho do Sangue, este segundo volume supere todas as expectativas.
Parte do que confere à história esta nova intensidade é a conjugação de novas e antigas personagens, bem como de novos elementos com pistas e mistérios já revelados. À existência dos sanguinistas e seus preceitos junta-se agora uma visão bastante mais ampla de quem são os seus inimigos e do que os move. Mas, mais do que isso, no seio da própria Ordem dos Sanguinistas há motivações diversas e interesses em colisão. Ora, isto faz com que a tal teia de intrigas se torne cada vez mais complexa e fascinante, abrindo caminho a muitas surpresas, grandes revoluções e algumas pistas sobre o que ainda fica por dizer.
Mas, mais uma vez, é importante falar sobre as personagens e os seus dilemas interiores. Nem sempre é fácil gostar de todas elas, havendo em Bernard e Jordan algumas questões de empatia a ter em conta. Mas, quanto a Bernard, a impressão que fica é a de que mais haverá para contar. E quanto a Jordan, chega-se a um ponto em que é preciso aceitar a personagem tal como ela é - tão forte e corajosa como falível nas suas emoções humanas. Por outro lado, ao cada vez mais fascinante Rhun Korza, cuja natureza atormentada ganha clareza a cada nova recordação, juntam-se outras personagens igualmente complexas e marcantes, como a misteriosa Elizabeth, o inocente Tommy e o indecifrável Judas. À sua maneira, todas estas personagens deixam a sua marca. E, num livro em que a acção é uma constante, criam momentos tão surpreendentemente emotivos que dão toda uma nova vida à narrativa.
Da soma de tudo isto, surge um resultado claro: um segundo volume que eleva e transcende as premissas do primeiro, tornando a história mais intensa, as personagens mais marcantes e o futuro... ainda mais promissor. São, pois, as melhores as expectativas para a conclusão desta trilogia. Que, neste livro, atinge um novo máximo. Muito bom.
Título: Sangue Inocente
Autores: James Rollins e Rebecca Cantrell
Origem: Recebido para crítica
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