terça-feira, 10 de maio de 2022

A Arte da Guerra (Sun Tzu)

As guerras do passado e as guerras do presente dificilmente poderiam ser mais diferentes, pelo menos do ponto de vista tecnológico. Ainda assim, reduzidas ao mais essencial - métodos, planos, manobras, objetivos - são também bastante evidentes as semelhanças. E prova disso é este livro milenar, cujas leis e conselhos remontam a tempos antigos, mas podem perfeitamente ser identificados na atualidade. Na guerra e não só. 
Há livros que são tão conhecidos que dispensam apresentações, e este é certamente um deles. E, ainda assim, mesmo para quem já leu outras adaptações da obra, não deixa de ter o seu lado revelador. Primeiro, pelo tom imperioso, que lembra a cada palavra que é de uma lei estratégica que se fala. Depois, pela abrangência e intemporalidade da visão, que está longe de ser aplicável apenas à guerra. E finalmente pela precisão e concisão das ideias, resumindo ao seu cerne essencial o que aparenta ser complexo.
Tendo em conta a estrutura do livro, que se debruça sobre as várias facetas da lei da guerra, é inevitável alguma repetição, pois a mesma questão surge em vários contextos. Ainda assim, sendo um livro tão conciso e imperativo, essas repetições não parecem forçadas ou maçadoras, principalmente vendo o livro como o que ele é no seu âmago: um manual para a guerra, onde é crucial que tudo seja claro. 
Finalmente, importa destacar nesta edição específica o aspeto visual, que, além de tornar o livro mais bonito, acrescenta elementos que nos transportam para o período em que terá sido escrito, e também a introdução, que, embora muito breve, abre caminho a uma leitura mais esclarecedora.
Intemporal na sua visão estratégica, abrangente apesar da concisão e aplicável a muito mais do que apenas a ação militar, trata-se, em suma, de uma leitura muito interessante. E perfeitamente atual.

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