O Guardião de Rowan (Henry H. Neff)

Quando Max acompanha o pai a uma visita ao museu, não espera senão mais um dia normal. Ao cruzar-se com um indivíduo estranho, contudo, e quando, em consequência de uma fuga apressada, encontra a visão de uma estranha tapeçaria, o seu verdadeiro potencial é revelado. Torna-se, pois, necessário que parta para a Academia de Rowan, onde receberá a formação adequada às suas invulgares capacidades. Mas o Inimigo espreita e as ameaças, ainda que invisíveis, não se tornam por isso menos consideráveis.

Escrito de uma forma acessível e envolvente, mas sem se tornar básico, e complementado com várias ilustrações interessantes, O Guardião de Rowan é uma leitura agradável e leve, que nos puxa para a história e nos mantém curiosos para saber o que vai acontecer a seguir. Tem, além disso, como grande ponto forte, um sentido de humor descontraído que, aliado a toda uma diversidade de personagens, quer humanas, quer mágicas e mitológicas, mantêm o interesse durante a totalidade da história. Desde a bruxa reformada às Selkies, existe toda uma série de entes mais ou menos explorados e todos eles muito interessantes.

Nem tudo é perfeito, contudo e, são evidentes os paralelismos desta história com as aventuras de Harry Potter. E, ainda que, com o desenrolar dos acontecimentos e a evolução da história, as semelhanças acabam por se reduzir substancialmente, a sensação de conhecer este ambiente de algum lado é inevitável. De facto, as semelhanças estão lá e o sistema na base deste livro tem vários pontos em comum com a obra de J. K. Rowling.

Ainda uma nota positiva para a forma como o autor relaciona a magia do seu mundo com alguns elementos mitológicos, principalmente no que respeita à lenda de Cúchulain, criando paralelismos entre esta lenda e as histórias do seu próprio mundo.

O Guardião de Rowan é, pois, um livro que, não sendo particularmente inovador, consegue, no seu ritmo descontraído e com o seu mundo curioso, percorrido por alguns momentos realmente interessantes, cativar o leitor e, ao chegar ao fim, deixar-nos curiosos acerca da continuação da história. E, por isso, apesar das semelhanças já referidas, foi uma leitura que apreciei.