A revista francesa Livres Hebdo acaba de publicar, na sua secção Avant-Portrait, uma recensão fortemente elogiosa à edição francesa de O Senhor Calvino e O Senhor Kraus, de Gonçalo M. Tavares que a editora francesa Viviane Hamy acaba de publicar.
Referindo-se a O Bairro como "a sua biblioteca ideal concebida como uma cidade ideal que ele povoa pouco a pouco com senhores, artistas queridos do seu panteão, aos quais consagra pequenos livros impossíveis de catalogar", a autora do artigo, Véronique Rossignol, escreve: "Este projecto gráfico-literário – o traço minimalista de Rachel Caiano ilustra os livros –, nem biografia nem "à maneira de" liga-se menos à figura do escritor, ao contrário do que o título sugere, que à sua linguagem própria, ao seu universo intelectual, ao seu ponto de vista particular. E se a familiaridade de Tavares com a obra dos Senhores é evidente, o leitor, pela sua parte não tem necessidades de referências e pode entrar com toda a inocência nestes livros".
Véronique Rossignol cita ainda Alberto Manguel, que escreveu um texto para servir de posfácio à edição francesa de O Senhor Kraus (o posfácio que acompanha o Sr. Calvino é da autoria de Jacques Roubaud), e no qual o conhecido escritor argentino afirma: "O Kraus que Tavares instala no Bairro é um Kraus paralelo, reinventado para o nosso espaço e o nosso tempo."
E sobre a obra de Gonçalo M. Tavares afirma; a anteceder duas referências a Jerusalém e Aprender a Rezar na Era da Técnica:
"Enumerar os ilustres autores aos quais é comparado depois de Saramago ter declarado ver nele um futuro prémio Nobel seria esmagador. Traduzido em cerca de trinta línguas, Tavares foi louvado pelos maiores (Lobo Antunes, Vila-Matas ). Se a referência Kafkiana e a herança Mittel Europa são os tópicos que ocorrem com mais frequência para qualificar o seu universo literário, ele surge mais amplamente considerado como a nova encarnação na categoria "grande escritor europeu".
Fonte: Caminho
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