Katja Petrowskaja cresceu no seio de uma família judia de Kiev, na Ucrânia, nos anos 1970. Da sua infância ficou-lhe um estranho sentimento de falta. O que é que não terá sido dito à mesa das refeições em família? Em que reentrâncias da História terão ficado retidos os seus antepassados, cujos nomes não se pronunciavam? Talvez Esther é o resultado dessa procura das origens. Ficaremos a saber que um tio-bisavô – autor de um atentado contra um embaixador alemão – poderá ter desencadeado a Segunda Guerra Mundial; que um avô prisioneiro de guerra reapareceu 40 anos mais tarde; ou que uma bisavó, que talvez se chamasse Esther, em Kiev, em 1941, se dirigiu sozinha à ravina de Babi Yar, onde os ocupantes nazis eliminaram em massa todos os habitantes judeus da cidade, e não só.
Através da história das suas personagens – que se desenrola entre Kiev, Mauthausen, Varsóvia e Auschwitz –, Petrowskaja traça os contornos de uma Mitteleuropa desaparecida e faz uma história do século XX, em que se alternam o claro e o escuro, a força e a fragilidade, a glória e a derrota.
Katja Petrowskaya nasceu em Kiev em 1970. Depois dos estudos em literatura na Estónia e, mais tarde, em Nova Iorque, Stanford e Moscovo, Petrowskaja instalou-se em Berlim, a partir de onde colabora, enquanto jornalista, com diversos jornais alemães e russos.
Talvez Esther, o seu primeiro romance, foi galardoado com o prémio Ingeborg Bachmann 2013, o prémio Strega Europeu, em 2015, e será publicado em dezoito países.
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