sexta-feira, 27 de julho de 2018

Divulgação: Novidade Quetzal

Nelson Dyar, um jovem americano, chega à Zona Internacional de Tânger, depois da Segunda Guerra Mundial, para começar uma nova vida. Transposto para um meio totalmente estranho, vagueia entre as duas culturas – a árabe e a ocidental –, sem compreender nenhuma delas. Retirado do ambiente ordenado em que existira até então, Dyar não consegue interpretar as reacções daqueles com quem se cruza: Hadija, a pequena prostituta, a terrível Eunice Goode, Thami, o contrabandista árabe que faz a ponte entre os salões do palácio dos Beidaoui e os bares da casbá, Daisy de Valverde, Wilcox, com os seus negócios escuros, Madame Jouvenon e a espionagem, os berberes e o povo das montanhas, a população dos bairros indígenas e os cambistas judeus. A chuva cai incessante, transformando em rios as ruelas da casbá e marcando as alterações do estado de espírito de Dyar. Até ao abismo inevitável.

Paul Bowles nasceu no bairro de Queens, em Nova Iorque. Aprendeu a ler aos quatro anos e manteve diários escritos e desenhados desde essa idade. Com nove anos, começou a estudar teoria da música, canto e técnicas de piano. A partir de 1928, frequentou a Universidade da Virgínia, e em 1929 iniciou-se nas viagens, passando uma temporada na Europa. Voltou a Paris em 1931, onde conviveu com Gertrude Stein, Jean Cocteau e Ezra Pound. Continuou por Berlim, onde se tornou amigo de Christopher Isherwood, e visitou Kurt Schwitters em Hanôver. Foi também nesse ano que viajou pela primeira vez até Tânger, onde viveu grande parte da vida e acabou os seus dias. Em 1937, Bowles conheceu a escritora Jane Auer, com quem partiu em viagem ao México e com quem se casou no ano seguinte. Mantiveram um casamento aberto, por vezes turbulento, com viagens ora a uni-los, ora a separá-los, até à morte de Jane Bowles, em 1973.
Nos anos 50, vivendo grandes períodos no Norte de África, Bowles conheceu o marroquino Ahmed Yacoubi, que se tornou seu companheiro íntimo nas décadas que se seguiram e em muitas viagens. Esses anos foram também marcados pela visita e permanência das principais figuras da Geração Beat em sua casa, em Tânger.

Sem comentários:

Enviar um comentário