sábado, 22 de maio de 2021

A Família Monstro - A Maldição do Ofeliakrom (Bruno Matos e Raquel Carrilho)

Quando a Mizé venceu o Torneio dos Feiticeiros, o seu adversário, o feiticeiro Armando Confusão, não reagiu da melhor forma. Agora, porém, parece querer redimir-se e, ao saber que a Vamp está com problemas amorosos, decide oferecer-se para a ajudar. Existe um medalhão mágico cujo poder pode gerar um amor que não se desvanece com a perda do efeito de um encantamento, e o feiticeiro Confusão tem esse medalhão, faltando apenas encontrar as pedras que o completam. Ora, a Vamp está decidida a embarcar nessa aventura, ainda que a sua família tente fazê-la entender que a magia não deve envolver-se em questões de amor. Mas será que o medalhão resulta mesmo? E serão as intenções do feiticeiro tão puras como ele alega?
Um bom ponto de partida para começar a falar sobre este livro - e que se aplica também ao anterior, na verdade - é que, apesar de nitidamente pensado para leitores mais novos, é perfeitamente capaz de cativar um leitor adulto. Porquê? Porque é leve, mas não demasiado simplista, inocente quanto baste, mas não irrealista na mensagem, e surpreendente, apesar da brevidade da história. Ou seja, transporta-nos facilmente para o tempo em que bastava uma história simples para nos fascinar, mas sem parecer demasiado simples.
Outra óbvia qualidade é o equilíbrio entre texto e ilustrações, num livro cheio de cor e de vida, com personagens singulares - é de uma família de monstros que se trata, afinal - e em que o registo é bastante acessível, mas abre espaço também para a aprendizagem. É um livro bonito de se folhear e descobrir e em que a componente visual complementa muito bem a escrita.
Claro que é uma história relativamente simples, e não é difícil prever alguns dos desenvolvimentos. Mas não deixa, ainda assim, de ser cativante, não só pelas personagens (e, sobretudo, pelo seu delicioso sentido de humor), mas também pela mensagem positiva que emerge da história. Se, no volume anterior, se destacava o desportivismo e a importância da família, aqui fala-se de amor, de como os sentimentos não podem ser impostos e de como há vida para lá das desilusões amorosas.
Leve, empolgante e muito divertido, trata-se, pois, de um livro simples nas bases, mas cheio de aspetos cativantes para descobrir. Perfeito para ler com os mais novos, ou para recordar a nostalgia de quando o fomos nós mesmos, um livro cheio de cor e de humor e uma série a acompanhar.

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