Com a predominância actual de reformulações da clássica teoria do vampirismo, é sempre um prazer encontrar livros como este, em que, por um lado, encontramos uma visão bastante original do tema dos vampiros, mas, por outro, encontramos toda uma série de características que nos aproximam do vampiro tradicional.
Este livro conta-nos a história de Analisa, desde os seus tempos humanos até uma longa vida vampírica. Esta existência, tal como muitos clássicos nos habituaram, é para a protagonista uma maldição e uma luta constante contra a sua própria natureza, pela preservação da humanidade que ainda existe em si. Contudo, ao vermos em simultâneo o passdo e o presente de Analisa, conseguimos antecipar alguns acontecimentos posteriores, compreendendo já o inevitável desfecho do confronto entre a natureza humana e a natureza vampírica.
Esta constante alternância entre o presente e o passado faz com que o livro adquira um ritmo cativante, facilitado também pela escrita da autora que, sem ser demasiado simples, é acessível o suficiente para que a história se processe com clareza e fluidez. Além disso, a incursão da autora pelos ambientes mais fechados da subcultura gótica providencia uma introdução mais natural à demonstração da presença vampírica.
Ficam, talvez, algumas pontas soltas por explorar, alguns momentos e personagens que deixam o leitor com a sensação de que mais poderia ser dito. Ainda assim, através das dualidades entre acontecimentos e personagens, crentes e cépticos, vampiros e humanos, presentes e passados, este livro é, sem dúvida, uma boa leitura para quem aprecia o género.
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