A escrita de Ramalho Ortigão é cuidadíssima e incontestavelmente fiel ao espírito da época. Os excessos descritivos, contudo, levados ao ponto de referir as mais ínfimas características dos mais pequenos objectos, bem como a extenuante divagação pelos aspectos de paisagens e lugares, tornam cada página uma leitura densa, em que os pequenos momentos narrativos parecem desaparecer sob a imensidade da massa descritiva.
Não está, de forma alguma, em causa a qualidade da obra, toda ela escrita de forma magistral. Ainda assim, hesitaria em recomendar este livro a quem não aprecie uma leitura mais pesada e exigente em termos de paciência e reflexão.
Sem comentários:
Enviar um comentário