O mais inconfessável dos sete pecados mortais, aquele que, de entre todos, mais vergonha inspira. Mas também o mais comum, o que se manifesta desde pequenas coisas a comportamentos verdadeiramente destrutivos. É a inveja o tema deste livro e, através de uma série de pesquisas e situações, o autor cria uma reflexão interessante e detalhada acerca deste pecado.
Através de pesquisas junto de padres, psicanalistas e mães-de-santo, o autor pretendeu traçar uma espécie de perfil relativo à inveja. Como se manifesta, onde, quem são os mais invejados, o que será possível fazer por inveja... E é interessante que, neste que é o livro sobre a inveja, uma boa parte do seu conteúdo é o percurso do autor enquanto pesquisa para este mesmo livro.
Mas o livro não se limita às investigações (e respectivos resultados) levados a cabo pelo autor. Este elemento é complementado não só por aspectos da sua história pessoal, mas também pela particularmente intrigante história de Kátia, a mulher que se vê envolvida num estranho caso de dois amigos entre os quais a inveja é flagrante.
Sendo em parte reflexão e em parte pesquisa, este é um livro que dificilmente será de leitura compulsiva. Na verdade, nos momentos em que o autor se prende mais com divagações "técnicas" - principalmente na abordagem da inveja do ponto de vista psicanalítico - a leitura perde um pouco de ritmo. Ainda assim, estes momentos menos cativantes são compensados pela história de Kátia, bem como pelo aspecto pessoal que o autor imprime ao livro, ao apresentar partes da sua própria vida.
Uma leitura interessante, de uma forma geral agradável e que apresenta um panorama bastante claro - e talvez um pouco preocupante! - no que à inveja diz respeito. Porque a conclusão desta leitura é, de certa forma, inevitável: poucos admitem a inveja, mas, em maior ou menor grau, serão muito poucos os que nunca a sentiram.
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