domingo, 2 de maio de 2010

O Vendedor de Sonhos e a Revolução dos Anónimos (Augusto Cury)

Sábio para uns, louco para outros, o Vendedor de Sonhos é um homem que anda pelas ruas, acompanhado pelos seus seguidores, a tentar mudar as vidas dos homens num mundo que ele próprio vê como uma grande casa de loucos. As suas intervenções invulgares, contudo, e o passado que nunca revelou, colocam em risco a sua vida e aqueles que o seguem, até para as mais improváveis situações.
Este livro é o segundo volume de uma série, mas cada livro pode ser lido independentemente. Aqui, temos um conjunto de situações mais ou menos improváveis, em que o Mestre e os seus estranhos seguidores, tentam transmitir a sua mensagem de vida, tanto ao desesperado que decidiu lançar-se de um monumento como aos prisioneiros da Ilha dos Demónios como a todos aqueles que a quiserem ouvir. E se tenho de admitir que este tipo de livro, com uma forte componente de mensagens filosóficas, não é exactamente o meu género, a partir do momento em que o autor passa a centrar-se mais nas personagens, deixando que os seus actos sejam o reflexo da mensagem, a leitura torna-se bastante mais envolvente e surgem momentos verdadeiramente impressionantes.
Desde a figura do Mestre, com os seus mistérios e o passado que não ousa revelar, ao ilustre narrador Júlio Cesar, demasiado centrado no seu intelectualismo, e com grande destaque a Bartolomeu e Barnabé, com a sua estranha relação e os seus momentos hilariantes, os intervenientes neste livro proporcionam ao leitor pequenos momentos comoventes, situações que a improbabilidade torna hilariantes e revelações completamente inesperadas. E é assim que, a partir do momento em que o autor se centra menos na mensagem, esta começa a passar, imperceptivelmente, através das acções.
Uma leitura interessante, ainda que demore um pouco a revelar-se cativante, e que se torna progressivamente mais agradável à medida que as páginas passam e o enredo se revela em toda a sua magia. Um livro para pensar, enfim, e uma história que apreciei.

Sem comentários:

Enviar um comentário