Concluído o Ensino para Mortos, Charlotte Usher estava longe de imaginar que o que iria encontrar depois da passagem seria... uma central telefónica. Mais concretamente, uma linha de apoio a adolescentes com problemas. E, enquanto todos os seus colegas parecem enquadrar-se bastante bem no seu novo ambiente, Charlotte dá por si a ser, mais uma vez, praticamente invisível. Mas o verdadeiro problema começa quando Petula, a infame irmã de Scarlet, contrai uma infecção que a deixa em coma. E é então que, mais uma vez, o mundo dos vivos e o mundo dos mortos se cruzam.
Tal como no primeiro volume desta série, um dos primeiros factores a chamar a atenção é o tom descontraído com que toda a história é apresentada. Com laivos de humor negro e um ambiente estranhamente leve (para um livro que tem como tema algo de tão sério e complexo como a morte), este regresso continua a surpreender pela visão suave de um mundo para lá da vida - e, principalmente, de um mundo intimamente ligado ao dos vivos. Permanece também a grande importância dada à popularidade, agora mais centrada na história de Petula (e, principalmente, nas atitudes das suas supostas amigas), mas também presente na forma como Charlotte parece ser manipulada durante grande parte da história.
O que me leva a Maddy. A introdução desta personagem introduz um novo elemento de interesse no enredo, desde a sua faceta misteriosa, ao seu lado manipulador e algo maquiavélico, culminando na revelação da sua verdadeira natureza. Por outro lado, este é um aspecto que talvez pudesse ter sido um pouco mais explorado, já que, para guardar o segredo até à fase final do livro, a interacção entre Maddy e Charlotte acaba por parecer, talvez, demasiado simples.
A história é, no fundo, bastante simples. Mas, tendo em conta não só o principal público alvo, mas também o desafio de conjugar um tema sério com um enredo divertido, o resultado é uma história envolvente, descontraída, e com alguns momentos particularmente interessantes. Para quem gostou do primeiro Ghostgirl, será, provavelmente, uma boa leitura.
Esse livro tem no Brasil?
ResponderEliminar