sexta-feira, 8 de março de 2013

A Um Passo da Felicidade (Giorgio Nardone)

Das sedutoras às que acreditam em príncipes encantados, passando por fadas, bruxas e executivas, diferentes tipos de mulheres vivem diferentes relações, entrelaçando rotinas com traços de personalidade e, por vezes, cometendo erros que arruínam a relação. É sobre estas rotinas estabelecidas por diferentes tipos de mulheres que fala este livro, numa abordagem que, através de episódios simples, mas peculiares, reflecte sobre alguns pontos particularmente interessantes.
O grande ponto forte deste livro é a forma como o autor o construiu, entrelaçando histórias e episódios específicos com os seus pontos de vista sobre cada tipo e cada caso. Além disso, o estilo de escrita simples e fácil de acompanhar, com um interessante toque de humor, torna a leitura bastante agradável, não só na narração dos diferentes casos, mas nas ideias que o autor pretende apresentar. Não é, propriamente, uma abordagem exaustiva ao tema, nem parece ser um livro de auto-ajuda (já que os traços problemáticos - e respectivas consequências - acabam por ser bem mais desenvolvidos que quaisquer possíveis soluções), mas levanta algumas questões pertinentes, e fá-lo de forma cativante, o que leva a que, mesmo discordando das ideias, a leitura não deixa de ser envolvente e agradável.
E é no desenvolvimento das ideias que fica, por vezes, a impressão de algum exagero, principalmente a nível de generalização. Isto deve-se, em parte, à tentativa de apresentar de forma simples algo que é, inevitavelmente, muito mais complexo. Mas é precisamente a isso que se deve a sensação de que mais haveria a dizer nalguns casos e que muito haveria a explorar sobre situações intermédias relativamente aos guiões apresentados. Situações que o próprio autor refere, no final do livro, já que, apesar de os apresentar de forma isolada, reconhece a possibilidade de combinação de traços originários dos diferentes tipos. Ainda assim, fica a ideia de que o assunto justificaria um maior desenvolvimento.
Não deixa de ser, por isso, um livro cativante e algumas das questões que levanta relativamente ao papel da mulher numa relação são, de facto, muito pertinentes. E, mesmo havendo mais para explorar, são essas questões sobre as quais vale a pena reflectir,  apresentadas num tom leve e, por vezes, divertido, que tornam a leitura agradável e envolvente. Interessante, em suma.

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