quarta-feira, 17 de abril de 2013

Private: Agência Internacional de Investigação (James Patterson e Maxine Paetro)

Pouco antes de morrer na prisão, o pai de Jack Morgan deixou-lhe como legado os fundos e os contactos para restaurar a Private, a sua agência de investigação. Cinco anos depois, Jack fez da Private uma agência de sucesso, com filiais em diversos países e muitos casos importantes em mãos. Agora, Jack tem muito com que se ocupar. A esposa do melhor amigo foi assassinada e Jack tem de descobrir o culpado. Várias jovens raparigas foram mortas pelo que parece ser um mesmo assassino, mas com uma tal diversidade de métodos de acção, que se torna difícil chegar a qualquer conclusão sobre o assunto. E o seu tio Fred pede-lhe que resolva o que suspeita ser um caso de fraude nas arbitragens de alguns jogos. No meio de tudo isto, Jack não tem mãos a medir e, como se não bastasse, ainda tem de se preocupar com os demónios do seu passado, um irmão que o odeia e um desconhecido que lhe liga constantemente para o atormentar. Mas a equipa da Private é formada pelos melhores e, quanto aos seus problemas pessoais, Jack nunca foi homem de se deixar assustar.
Primeiro volume de uma nova série, este livro tem em comum com outros do autor precisamente os mesmos pontos fortes. Capítulos curtos e um ritmo de intenso de acção definem para a narrativa um ritmo altamente viciante, para o qual contribui também a escrita directa, com a caracterização de situações e de personagens a surgir na medida em que é necessária à acção. Além disso, entre todos os casos que Jack tem em mãos e as suas próprias circunstâncias, há tantos mistérios por desvendar e tanto a acontecer que é impossível resistir a ler sempre um pouco mais, de modo a encontrar respostas para cada nova pergunta que vai surgindo.
Sendo o enredo deste livro centrado essencialmente na acção e no mistério, parte do que torna a leitura cativante é o desenvolvimento destes dois elementos, estabelecendo ligações e possibilidades até chegar à identificação dos responsáveis. E, havendo vários casos em simultâneo, é necessário que várias personagens estejam em acção ao mesmo tempo. É neste aspecto que um dos aspectos mais interessantes deste livro sobressai: partes da história são narradas na terceira pessoa, enquanto que as que dizem respeito às acções de Jack surgem pela sua própria voz. Isto conjuga o melhor de dois mundos: a narração na terceira pessoa permite acompanhar diferentes personagens em diferentes circunstâncias, enquanto que as partes narradas por Jack permitem um registo um pouco mais pessoal, criando proximidade e empatia para com o protagonista, ao mesmo tempo que realçam as suas relações com os companheiros.
A equipa da Private é um núcleo sólido e rico em figuras interessantes. Jack é uma personagem carismática, mas falível, com um passado e demónios interiores, mas com uma capacidade de agir sobre pressão que o torna um líder eficaz. E o seu carisma estende-se aos que o rodeiam, alguns deles com um papel mais discreto a desempenhar, mas todos com histórias e ligações próprias. É isso, aliás, que os torna tão interessantes, já que, apresentando características que os tornam humanos, conseguem surgir como elementos naturais dos elementos em que intervêm, sejam situações de perigo e tensão, ou até momentos de descontracção e humor.
Altamente viciante, com um conjunto de personagens fortes e uma história rica em acção e mistério, mas também em humor e com um toque de emoção, Private: Agência Internacional de Investigação abre da melhor forma uma série com um vastíssimo potencial. Intenso e surpreendente, um livro que não desilude. Recomendo.

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