Angola, poucos anos depois da independência. Estamos mais precisamente em Luanda, em anos de esquemas de sobrevivência. Um pai de família desencanta um porco e leva-o para o seu apartamento, no sétimo andar de um prédio. Os filhos, Zeca e Ruca, apaixonam-se perdidamente pelo porquinho.
Com uma escrita límpida, Manuel Rui escreve um romance que é, ao mesmo tempo, delirantemente divertido e luminosamente redentor. Sim, vivemos num mundo de esquemas, de falsas aparências, de escusos interesses. O que pode, contra essa realidade crua e dura, a crença verdadeira e ingénua? Podemos ainda acreditar que o sonho, como uma vaga, vai limpar o mundo? Quem Me Dera Ser Onda é um romance genuinamente angolano. Um romance que trata a língua portuguesa de forma magistral e criativa.
Manuel Rui. Nasceu no Huambo, a 4 de Novembro de 1941. Licenciado em Direito, em Coimbra, foi ministro no governo de transição, em 1975, integrando a representação de Angola em organismos internacionais como a OUA e a ONU. É poeta, contista, dramaturgo, romancista e cronista. Escreveu a letra do Hino nacional angolano e letras de canções. Participou em filmes, como figurante e declamando poemas, mas também escrevendo diálogos. Do espanhol ao mandarim, os seus livros estão traduzidos em mais de doze línguas. Publicou, em 1977, Sim Camarada!, o primeiro livro de ficção angolana pós-independência. Quem Me Dera Ser Onda converteu-se num clássico da literatura escrita em português e A Acácia e os Pássaros é o seu mais recente romance. Mas os seus pulmões precisavam ainda de mais calor. Viajou, por isso, em 1888, para os Mares do Sul. Ficou a morar em Samoa. Os nativos gostaram dele. Sabia contar uma história e eles gostavam de o ouvir.
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