Moa é uma antiga entidade que se tornou humana para salvar a ilha das suas amigas. Agora, ela e Hillary encontram-se a caminho do Egipto para recuperar o seu legado familiar, uma estátua do deus Ku. Mas Moa é, agora, humana, e os seus poderes desapareceram, pelo que a situação pode tornar-se complicada. Felizmente que ela pode contar com a ajuda de uma estranha família da realeza. A estátua, contudo, é mais que uma simples escultura e, para revelar a sua verdadeira natureza, é o próprio Ku que tem de contar a história de como se encontrou sozinho e indefeso, mas na necessidade de lutar pela recuperação dos seus poderes e identidade.
Segundo volume de uma série, este livro pode evocar, a princípio, uma impressão de estranheza, se lido antes do primeiro. Há várias referências ao que aconteceu antes e parte da relação entre Moa e os companheiros parece ter sido também explicada anteriormente. Fica, pois, a impressão de que algo falta e de que esse algo poderá ter sido explicado no volume anterior.
Há, ainda assim, bastantes elementos interessantes neste livro. Não é uma leitura compulsiva, principalmente devido aos muitos elementos místicos, alguns dos quais levam algum tempo a compreender, e também devido ao comportamento algo errático de algumas personagens. Há, ainda assim, um percurso de crescimento, que não diz respeito apenas à protagonista. E, a partir do momento em que as personagens se tornam familiares, a sua história torna-se mais e mais intrigante e os momentos leves e caricatos do início dão lugar às medidas certas de acção e emoção.
Duas histórias surgem, interligadas, neste livro: a de Moa e a de Ku. E, talvez por serem tão diferentes, ou devido à divergência dos ambientes em que decorrem, ambas têm os seus bons momentos, mas a de Ku é bastante mais impressionante. A personalidade dele é mais forte e a jornada mais dura, principalmente pelos seus encontros com o engano e a solidão a um nível muito mais vasto que os de Moa. Ku é também a personagem mais empática e, por isso, fica a ideia de que mais poderia ter sido dito a seu respeito. Parte da força da sua história é, ainda assim, a ligação ao percurso de Moa, o que cria uma boa ligação entre as duas linhas da história.
Um pouco confuso, no início, é possível que este livro seja mais fácil de seguir tendo lido antes o primeiro volume. Mas, mesmo sem esse conhecimento prévio de algumas coisas, o mundo que, a princípio, parece estranho e confuso, acaba por se tornar cativante e o mesmo acontece com a história e as personagens. O resultado é uma leitura que, não sendo viciante, é, ainda assim, agradável. Gostei.
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