A Cidade de Vidro (Cassandra Clare)

Agora que Clary tem uma pista de como salvar a mãe, deve ir a Idris, à Cidade de Vidro, em busca de respostas. Mas o que parece ser um percurso relativamente simples torna-se numa série de acontecimentos imprevistos quando Jace decide antecipar a partida e o local onde se encontram é atacado por demónios. Agora, os planos de Valentine aproximam-se do final e, se for bem sucedido, o mundo dos Caçadores de Sombras mudará por completo. E, mais que a dúvida sobre se Valentine será bem-sucedido, impõe-se a questão que, desde o primeiro livro, ficou no ar: será verdade que Clary e Jace são irmãos?

Mais uma vez, este é um livro simplesmente viciante. Com um ritmo de acção intenso e sem momentos mortos e uma escrita fluída, mas que nunca se torna demasiado básica, Cassandra Clare abre novamente as portas do mundo dos Caçadores de Sombras e, para quem leu e gostou dos volumes anteriores, este será simplesmente irresistível. Situações surpreendentes e momentos emotivos conjugam-se com o aparecimento de novos elementos e da transformação de novos mitos em realidade. Existem ou não os anjos que a lenda indica na origem dos Caçadores de Sombras? Qual é, afinal, o poder dos instrumentos mortais? E que razão levará a que Clary e Jace sejam tão diferentes dos outros Caçadores de Sombras?

Particularmente intrigante também o aprofundamento e alteração no carácter das personagens. Jace, o elemento que parece exercer sobre todos um estranho fascínio, revela ainda mais intensamente a sua faceta atormentada, chegando a parecer auto-destrutivo. Simon, por outro lado, revela, apesar de toda a sua relutância anterior em aliar-se ao estranho mundo dos Caçadores de Sombras, uma coragem e uma nobreza surpreendentes. E Clary, com todas as suas dúvidas e acções intempestivas, descobre em si própria um lado mais maduro.

E se todo este livro é de leitura compulsiva, há que referir a fúria do seu clímax. Os capítulos finais são de uma intensidade incrível e, ainda que tudo pareça mudar em poucos momentos (e mais que uma vez), a componente emocional atinge aqui uma força especial, já que o tempo é tão escasso que nenhuma dúvida é permitida.

Agradável, cativante, comovente e com um enredo simplesmente viciante, esta é, sem dúvida, uma conclusão mais que adequada para a história de Clary e Jace na sua luta contra os planos de Valentine. Quem gostou dos volumes anteriores, não vai seguramente sair desiludido desta leitura.