quinta-feira, 10 de junho de 2010

Compaixão (Jodi Picoult)

Cameron MacDonald, chefe da polícia de Wheelock, acaba de fazer a detenção mais difícil da sua vida. A esposa de Jamie, seu primo, sofria de um cancro terminal e pediu ao marido que a matasse, pedido a que Jamie atendeu. Agora cabe à justiça definir as culpas de Jamie, enquanto, na vida de Cam, um encontro que pode despoletar uma traição altera a tranquilidade da sua vida.
Particularmente marcante neste livro é a forma como a autora consegue envolver o leitor na sua história. Não sendo de ritmo particularmente compulsivo, este é um livro onde a emoção é intensa e diversa e isso proporciona momentos fortemente marcantes. Mais que as descrições de cenários, também elas bastante bem conseguidas, marcam as situações e os momentos intensos em que a autora envolve os seus personagens.
Histórias entrelaçadas entre si, para criar um enredo complexo, mas que nunca perde o interesse. Esta estrutura, alternando entre a vida de Cam e Allie e as memórias de Jamie e Maggie, entre outras pequenas histórias secundárias, garante a atenção do leitor, ainda que haja elementos mais interessantes que outros.
E aqui destaca-se fundamentalmente a caracterização de duas personagens. Jamie, o homem que matou a esposa a seu pedido, é aquele que, no enredo, desperta simpatia desde o primeiro momento. Devastado pela intensidade do seu desgosto, mas ainda assim marcante pelas suas atitudes e, em particular, pelo seu apoio a Allie. Cam, por outro lado, com a sua postura quase superior, particularmente na relação com a mulher antes, durante e após a traição, surge como detestável em várias perspectivas. Ainda assim, também este tem os seus elementos e momentos redentores que, não justificando os seus actos, o tornam mais intrigante e mais próximo ao leitor.
Este é, portanto, um livro de agradável leitura na sua generalidade, e de impacto nalguns momentos (principalmente nos de Jamie). Um romance profundo e complexo, que aborda de uma forma intensa um tema tão complexo como o é a eutanásia. E se, ao ler este livro, há algo que deixa adivinhar a forma como se encerra a situação, a verdade é que, até que as palavras surgem, a tensão e a dúvida são mantidas de uma forma impressionante.

2 comentários:

  1. Olá Carla!

    Acabei de ler este livro e fiquei fascinada.

    Concordo plenamente com tudo o que por ti foi referido.

    Achei que a questão da Eutanásia era secundária.

    No fundo, como disseste, estas duas histórias entrelaçadas entre si serviu para reflectir sobre o que significa amar verdadeiramente alguém.

    Se Jamie não acreditasse que para obter a devoção de Maggie teria de fazer tudo o que ela queria, mas fazer como Allie perante a traição de Cam.

    Nunca teria chegado á conclusão de que, "Quando amamos realmente alguém, temos de recuperar essa pessoa.".

    É um livro que toda a gente deveria ler...

    bjs :)

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  2. Tb gostei imenso de ler este livro, faz-nos tentar entrar nas personagens e imaginar o que fariamos no lugar delas

    Boas Festas e Bom ano novo, com muitas e boas leituras

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